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By Ferramentas Blog

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Matéria bem interessante que pode nos ajudar a previnir as Infecções Urinárias:


Uroginecologia

Como abordar as infecções urinárias recorrentes em mulheres?

As infecções do trato urinário (ITU) recorrentes podem ser causadas tanto pela re-emergência de bactérias de um sítio do trato urinário (persistência bacteriana) (1) como por novas infecções por bactérias provenientes de fora do trato urinário (re-infecção) (Figuras 1 e 2). As infecções secundárias a re-infecção são mais comuns que infecções por persistência bacteriana e contribuem por 80% das ITUs recorrentes. A maioria dessas infecções são não-complicadas, ocorrem em garotas e mulheres sem nenhum fator anatômico ou outra causa predisponente para infecção, e estão associadas com colonização ascendente a partir da flora intestinal. Algumas medidas podem ser utilizadas na tentativa de eliminar os fatores predisponentes das ITUs recorrentes. Uma ingestão significativa de líquidos permite que ocorra uma lavagem vesical, impedindo que as bactérias penetrem na bexiga. Hábitos intestinais alterados, tanto constipação como diarréia, aumentam a colonização de germes no períneo, e, portanto, devem ser tratados. A falta de estrogênio nas mulheres na menopausa leva a alterações marcantes na microflora vaginal, incluindo a perda de lactobacilos e o aumento da colonização por Escherichia coli. A reposição de estrógenos é eficaz no estabelecimento do trofismo vaginal pelos lactobacilos, eliminando a colonização dos uropatógenos (2). Espermicidas e tampões também eliminam os lactobacilos, propiciando as cistites de repetição por facilitarem a colonização de E. coli. A atividade sexual pode ser um importante fator de risco para cistite aguda em mulheres e estas devem ser orientadas a urinar antes e após as relações sexuais. O uso de antibióticos profiláticos em dose única após as relações pode ajudar a reduzir os episódios de ITU em mulheres com ITU associadas ao intercurso sexual (3). Profilaxia antibiótica está indicada para mulheres que apresentarem duas ou mais ITUs sintomáticas num período de seis meses ou três ou mais episódios num período de 12 meses. A profilaxia antibiótica contínua com baixa dose reduz as taxas de infecções recorrentes em 95% (3). A ingestão da droga é feita à noite, antes de dormir, e o tempo de utilização varia de dois a seis meses. As doses geralmente empregadas são: nitrofurantoína 100mg, sulfametoxazol-trimetoprim 400mg+80mg, cefalexina 250mg (ou menos) ou norfloxacino 200mg. Caso haja re-infecção sintomática durante a profilaxia, doses terapêuticas completas devem ser usadas com o próprio agente profilático ou com outro agente antimicrobiano normalmente usado para tratar infecções urinárias. Observou-se em estudos clínicos que o suco de Cranberry, em doses de 200 a 750 ml/dia, ou tabletes de cranberry concentrado, reduzem o risco de infecções recorrentes sintomáticas em 12% a 20% (4). O cranberry possui substâncias que bloqueiam a aderência dos patógenos às células uroepiteliais. A administração oral de um agente imunoestimulador é uma abordagem profilática alternativa efetiva nas ITUs recorrentes em mulheres, evitando os efeitos colaterais dos antibióticos (5,6,7). Como a Escherichia coli é a causa mais comum de ITUs não complicadas recorrentes, contribuindo com mais de 60% das cistites recorrentes, tem-se sugerido que a imunoestimulação com um extrato derivado de cepas de E coli possa proteger contra ITU. O Uro-Vaxom (OM Pharma, Geneva, Switxerland) é um extrato purificado com componentes imunoestimulantes derivados de 18 cepas de E. coli. A imunoestimulação ocorre através das placas de Peyer intestinais. Em estudos in vitro, observou-se que o agente promove a produção de interleucinas 2 e 6, fator de necrose tumoral alfa e interferon-gama. Também propicia a fagocitose por macrófagos, bem como a atividade de células natural killer e ativação de linfócitos B (6) (Figuras 3 e 4). Uma meta-análise foi realizada com cinco estudos (incluindo 601 mulheres com ITU recorrente) demonstrando um efeito positivo da droga comparada a placebo, administrada uma vez ao dia durante três meses (5). Em todos os estudos, o grupo medicado com Uro-Vaxom apresentou resultados superiores estatisticamente significantes e clinicamente relevantes com respeito à redução da freqüência das ITU, disúria, bacteriúria e leucocitúria. Em casos selecionados, pode-se lançar mão da administração intravesical de ácido hialurônico. Há poucos dados sobre o modo de ação da droga bem como sobre seu efeito na ITU recorrente. Num estudo preliminar, as instilações vesicais de ácido hialurônico tiveram um efeito significativo na taxa de ITU em mulheres com uma história de ITU recorrente, possivelmente devido a um efeito protetor na camada de glicosaminoglicano (8). Assim sendo, a instilação de ácido hialurônico é uma alternativa terapêutica aceitável e promissora nas ITU recorrentes.

Autor:
Dr. Emerson Luis Zani
Fonte: http://www.urovirt.org.br/

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